“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (Paulo Freire)

A Zona do Medo é a extensão da Zona de Conforto e fase onde sabemos que precisamos mudar algo nas nossas vidas, mas que não conseguimos dar um primeiro passo por insegurança e medo. Como consequência, damos desculpas, procrastinamos, enganamos a nós mesmos, nos sentimos mais ansiosos, entre outros.

Romper a Zona do Medo passa por:

• Ter clareza da necessidade de mudança;
• Ter um propósito ou objetivo claro do que você quer com intuito de que você desperte uma a vontade e o desejo;
• Tomar uma decisão de que você vai fazer, de que você vai mudar;
• Entrar na ação e começar.

Quando você rompe a Zona do Medo, você entra na Zona do Aprendizado.

Na Zona do Aprendizado há dois caminhos:

• Aprender “tudo” antes de fazer, ou seja, ganhar conhecimento antecipadamente de tudo que pudemos e só depois começar a agir.
• Aprender e já começar a colocar em prática (o pouco que aprendi), entrando em um processo cíclico de aprendizado ativo baseado na experiência.

No primeiro caminho, você corre o risco de ser o “estudante profissional”, ou seja, aquele que engana a si próprio que está no caminho de sair da Zona de Conforto pois está fazendo algo (estudando), mas que estuda, estuda, estuda, sempre achando que precisa saber algo mais para ganhar mais confiança. Neste caso, você segue enganando a si próprio e está andando em círculos dentro da Zona do Medo, ainda com resistência de fazer algo prático para mudar.

Já o segundo caso é o que nos leva onde queremos, onde nosso aprendizado é ativo, ou seja, aquele onde a medida que aprendemos fazemos.

Fruto de diversas pesquisas, em 1954 o psiquiatra americano Willian Glasser apresentou o que chamou de Pirâmide da Aprendizagem. Segundo o autor, dependendo da forma como aprendemos, podemos reter mais ou menos informações.

Em sua pesquisa concluiu-se que após uma pessoa ter tido contato com um novo conteúdo, após duas semanas podemos praticamente esquecê-lo ou armazená-lo com uma capacidade muito maior.

Segundo Glasser, o aprendizado pode se dar de forma passiva ou ativa.

Na forma passiva você praticamente não possui interação direta com alguém, ou seja, no máximo você pode chegar a 50% de retenção da informação quando você aprende vendo e escutando em, por exemplo, um vídeo que contenha algum tipo de conteúdo em material visual mais um interlocutor explicando este conteúdo.

Na forma ativa, se você chegar aos seguintes percentuais de retenção do conhecimento:

• 70%: se você ampliar seu aprendizado interagindo com alguma pessoa conversando, debatendo, discutindo, perguntando, tirando dúvidas e dialogando;
• 80%: se você adicionalmente colocar em prática o que aprendeu, fazendo, agindo, entrando na ação, escrevendo coisas que viveu, utilizando o que aprendeu, interpretando e ampliando as ideias à medida que as utiliza na vida real;
• 95%: se você além dos itens anteriores passa esse conhecimento que aprendeu para outras pessoas, ensinando, explicando, estruturando, ilustrando, definindo e generalizando o conteúdo para ajudar outras pessoas.

Fica evidente portanto, que o aprendizado ativo baseado na experiência prática, é o melhor caminho a ser seguido quando nos encontramos na Zona do Aprendizado.

Ao romper a Zona do Medo e entrar na Zona do Aprendizado, você avança gradativamente do aprendizado passivo para o aprendizado ativo. Pode começar lendo livros, lendo artigos, vendo vídeos e depois evoluir para criar a interação com outras pessoas e já colocar em prática o que está aprendendo.

Ao evoluir e colocar em prática, você vai passo a passo perdendo o medo, sentindo-se mais seguro, aprimorando aptidões, adquirindo novas habilidades, começa acreditar mais em si mesmo e de que as coisas darão certo, trocando portanto o medo pela fé.

A jornada dentro da Zona do Aprendizado torna-se fluida na nossa vida real quando seguimos 5 etapas ao qual chamo de Ciclo de Evolução Ativo.

As 5 etapas cíclicas do Ciclo de Evolução Ativo são:

• APRENDER: absorver todo tipo de conhecimento através dos meios que você tiver acessibilidade no momento como por exemplo: vídeos, áudios, livros, mentorias, treinamentos, cursos, formações, experiências, lições de vida, etc.
• AGIR: entrar na ação, ou seja, colocar em prática o aprendizado que teve e viver a experiência de fazer, acertar e errar. Você deve tirar lições por si próprio e ouvir o feedback de pessoas próximas a você como forma de aprendizado adicional.
• SENTIR: estando dentro da ação, perceber emocionalmente (sentimentos e emoções), e organísmicamente (sinais e sensações do corpo), como você se sente fruto do agir sobre o que se aprendeu. É o seu sentimento dentro da experiência do fazer.
• EVOLUIR: nesta etapa você utiliza sua razão para tirar conclusões sobre as etapas anteriores melhorando e aprimorando as coisas que deram certo, você deixa de fazer as coisas que deram errado e utiliza eventuais erros como aprendizado, tornando-se progressivamente uma pessoa melhor a cada dia.
• AJUDAR E ENSINAR: quando você utiliza o conhecimento para ajudar os outros transmitindo e ensinando o que aprendeu, atinge 95% de retenção e aprendizado segundo o psiquiatra William Glasser contribuindo, não apenas com as pessoas que você ensinou, mas consigo mesmo sendo um fator de aprendizado próprio que impulsiona de forma ativa um novo ciclo evolutivo.

Quando esse ciclo começa a ser utilizado e passa a ser incorporado no seu dia a dia, você automaticamente começa a migrar da Zona do Aprendizado para a Zona do Crescimento.

10 Recomendações sobre este conteúdo que todo Líder precisa saber:

1. Como líder, tenha clareza que colocar em prática as coisas que aprende é fundamental não apenas para memorização mas para sua evolução como pessoa e profissional.
2. Mais vale ler 1 ou 2 livros por ano que você aplique na vida real o que aprendeu, do que ler 10 que você não aplica ou utiliza.
3. Promova a troca de experiências entre os seus liderados a partir de mini-treinamentos ou workshops internos. Quanto mais as pessoas trocarem experiências entre elas, mais elas construirão uma visão do todo e menos dependente você se tornará de poucas pessoas.
4. Incentive seu time a romper a Zona de Conforto e a Zona do Medo. Incentive-os e suporte-os ao enfrentar seus diferentes medos. Quanto mais você fizer elas acreditarem em si mesmas, melhor estará sendo feito o seu trabalho como uma liderança de pessoas.
5. Tenha uma visão clara do conhecimento e cursos que as pessoas do seu time possuem. Quanto mais você conhecer cada um individualmente, mais você poderá contar com as pessoas para atividades diferentes e melhor conseguirá aproveitá-las em diferentes oportunidades e papéis.
6. Diversifique as formas que você aprende alternando entre leituras, áudios, vídeos, cursos e experiências práticas. Quanto mais você fizer variação de estímulos, melhor será o seu aprendizado.
7. O Ciclo de Evolução Ativo deve ser tornar uma prática na sua vida e na forma como seus liderados conduzem seus aprimoramentos pessoais e profissionais.
8. A etapa do SENTIR é uma das mais importantes etapas do Ciclo de Evolução Ativo. De uma atenção muito especial às suas emoções e a sua percepção organísmica. Elas serão a sua bússola para compreender com mais clareza as coisas que estão bem e as coisas que precisam evoluir.
9. São as vitórias que vão motivar você e enfrentar novos desafios. Comece a colocar em prática primeiro as coisas simples e vá aumentando aos poucos o seu desafio pessoal.
10. É o conhecimento que fará você enfrentar seus medos e acreditar mais em você. Quanto mais distante você tiver da ignorância, mais fé que as coisas darão certo você terá.

Artigo #A025