“A Comunicação Não Violenta pode ser efetivamente aplicada em todos os níveis de comunicação e em diversas situações: relações íntimas, famílias, escolas, organizações e instituições, terapia e aconselhamento, negociações diplomáticas e comerciais, disputas e conflitos de qualquer natureza.” (Marshall B. Rosenberg)
A Comunicação Não Violenta (CNV), também conhecida por comunicação empática, foi sistematizada pelo psicólogo Marshall Rosenberg em meados da década de 1960, momento em que os Estados Unidos vivia em um contexto de segregação racial.
Tornava-se necessário na época, estabelecer um modelo de comunicação harmoniosa e pacífica que promove-se a integração de brancos e negros. A CNV nasceu a partir desta necessidade e atingiu esses objetivos, sendo depois amplamente adotada no mundo corporativo.
Sendo assim, CNV é um tipo de comunicação que utiliza técnicas de conversação para que as pessoas em um diálogo consigam se expressar de forma harmônica e empática.
Com a CNV, necessidades e sentimentos das pessoas são melhor compreendidos e levados em consideração durante a comunicação.
A CNV atua em três diferentes níveis em um diálogo:
- Nível intrapessoal: relação da pessoa com ela própria (autocompaixão e autoconhecimento).
- Nível interpessoal: relação da pessoa com o outro (resolução de conflitos).
- Nível sistêmico: relação com o todo, o contexto, o ambiente, a cultura, regras, acordos implícitos da situação onde a comunicação está sendo realizada e como consequência, levar em consideração o que é melhor para todos os envolvidos.
Desde a sua criação por Rosenberg, a CNV vem influenciando a forma da comunicação em movimentos sociais, na mediação de conflitos, em empresas, escolas e até mesmo como um modelo adotado em negociações internacionais.
Carl Rogers (outro importante psicólogo) associou-se nestes estudos com Rosenberg e juntos desenvolveram a teoria da Comunicação Não Violenta.
A dedicação de ambos na mediação de conflitos utilizando CNV, tornou-se concreta e possível de ser ensinada. A técnica ganhou repercussão e motivou a fundação do Center for Nonviolent Communication (CNVC).
Importância e benefícios dentro as empresas
As principais aplicações da CNV nos diferentes ambientes de trabalho são:
- Desenvolver e promover a empatia nos diálogos entre as pessoas;
- Mediar a resolução pacífica de conflitos;
- Reduzir agressões (verbais e físicas) nas organizações;
- Abrir diálogo de forma educada e harmoniosa;
- Promover a abertura das pessoas ao diálogo;
- Mostrar o impacto de nossas ações na vida dos demais;
- Construir ambientes mais acolhedores e seguros para se trabalhar;
- Criar consensos com mais facilidade frente a situações de debate ou discussões mais acaloradas;
- Auxiliar a compreender emoções e refletir sobre coisas que podem estar incomodando a nós mesmos e aos demais.
- Fortalecer uma cultura baseada em boas relações e trabalho em equipe;
- Desenvolver, promover e manter relacionamentos saudáveis;
O trabalho de Rosenberg com a CNV resultou no livro “Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, publicado pela primeira vez em 1999.
11 Recomendações de Whillian Brose que todo líder precisa saber sobre comunicação não violenta:
- Ao se comunicar, faça isso sem prejulgamentos ou definições sobre o que é “certo” ou “errado”.
- Nunca meça as atitudes da outra pessoa a partir da sua régua, ou seja, do seu ponto de vista ou forma que você pensa.
- Nunca se compare, nem compare as pessoas que você convive com os outros.
- Nunca acuse as pessoas. Isso gera reações defensivas, bloqueia e inviabiliza a comunicação.
- Coloque seus pontos sempre com calma e clareza, não importa o quão crítica esteja a situação. Você precisa ter equilíbrio para resolver situações difíceis.
- Observe e questione-se sobre rótulos colocados nas pessoas ao seu redor ou que são colocados em você. Evite rotular pessoas e procure trabalhar para que isso não aconteça.
- Ao enfrentar um conflito ou tiver que mediar uma situação difícil, procure pontos em comum entre você e as outras pessoas, ou entre as pessoas envolvidas (sendo você um mediador). A solução pode vir das afinidades das pessoas.
- Seja empático, coloque-se no lugar do outro e tente sentir o que a outra pessoa está sentido. Faça isso sempre que possível.
- Manifeste sua vulnerabilidade quando se sentir confortável para isso. Esta ação vai criar proximidade sua com outras pessoas.
- Pondere situações e diálogos difíceis com calma e seja empático antes de responder a uma ofensa ou ataque. Não reaja (instintivo), responda (racional).
- Nunca entre em confrontos com uma pessoa que perdeu a cabeça ou está exaltada, dando réplicas no mesmo tom. Mantenha-se calmo e se for preciso não dê continuidade a conversa até que a outra pessoa se acalme.
Sobre o Autor

Instagram: @whillianbrose
Diretor Executivo de Serviços na Senior Sistemas
Professor de Liderança e Desenvolvimento Humano
Executivo a +20 anos em empresas do Brasil e exterior
+1800 alunos formados nos últimos anos
+800 minutos de depoimentos e histórias de transformações realizadas.
MINI-BIO ACADÊMICA:
- Doutorando Profissional em Gestão e Negócios na UNISINOS/RS.
- Mestre Profissional em Gestão e Negócios na UNISINOS/RS.
- Mestre em Administration des Entreprises na Université de Poitiers/FRANÇA.
- Especialista em Ciência de Dados pelo Mackenzie/SP.
- MBA em Psicologia Empresarial pela AMF/RS.
- MBA em Gestão de Empresas de Base Tecnológica pela UNISINOS/RS.
- Bacharel em Ciência da Computação pela ULBRA/RS.
- Bacharelando em Filosofia pela UNINTER/PR.
Artigo #A206