“A essência da estratégia é escolher o que não fazer.“ (Michael Porter)

“Estratégia competitiva é sobre ser diferente. Isso significa deliberadamente escolher um conjunto diferente de atividades para fornecer uma mistura única de valor.” (Michael Porter)

O nome Cadeia de Valor surgiu na década de 70 na consultoria McKinsey na qual trabalhava os elementos custo-valor. Em 1989, Michael Porter remodelou o conceito agregando novos elementos em seu livro chamado Vantagem Competitiva.

Em resumo, uma cadeia de valor é um conjunto de atividades executadas pela empresa que agrega valor aos clientes. Ela é uma maneira de entender como os processos da organização interagem entre si para produzir o resultado esperado.

Fonte: Adaptado pelo autor, (PORTER, 1989).

A forma como as atividades da organização são realizadas determinam os custos e afetam os lucros da empresa, fazendo com que a empresa tenha uma vantagem competitiva e, consequentemente, um maior crescimento econômico.

A cadeia de valor, portanto, permite a compreensão e análise do fluxo de valor agregado ao longo das diferentes etapas até chegar no cliente final.

É através da cadeia de valor que um gestor consegue visualizar os custos e lucros de uma organização, algo fundamental para, entre tantos aspectos, determinar a estratégia da empresa.

Entre alguns benefícios da utilização da cadeia de valor estão:

• Identificar processos que não agregam valor para a empresa e o cliente final;
• Potencializar processos que agregam valor;
• Instruir a alta gestão no planejamento estratégico devido ao fato da cadeia dar clareza dos caminhos de mudança nos processos necessários para empresa ter maior vantagem competitiva.

Elementos da Cadeia de Valor

A cadeia de valor é composta de alguns elementos básicos:

• As Atividades Primárias (ou processos primários/finalísticos): processos que geram valor diretamente aos os clientes;
• As Atividades de Apoio (ou processos de suporte): processos que geram valor indiretamente e;
• Margem: resultado final esperado pela empresa por agregar mais valor ao cliente.

Segue abaixo um detalhamento das atividades primárias e de apoio e o quê eles contém.

Atividades Primárias ou Processos Primários

As 5 atividades primárias são:

• Logística interna: envolve relacionamento com fornecedores, compra de matéria-prima e contratação de serviços, todos fatores decisivos para a criação de valor.
• Operações: envolve equipamentos, máquinas, embalagens, manutenção, testes e tudo que esteja atrelado em transformar entradas em saídas para criação do produto final.
• Logística externa: são as atividades relacionadas com a entrega do produto e/ou serviço ao cliente.
• Marketing e vendas: são os processos para atrair os clientes e influenciá-los na compra dos produtos/serviços.
• Serviços: são atividades que mantêm e aumentam o valor dos produtos e/ou serviços após a compra por meio de relacionamento (pós-vendas).

Atividades de apoio

As 4 atividades de apoio suportam os processos primários, são elas:

• Infraestrutura: são os sistemas ou áreas de apoio para manter as operações funcionando incluindo por exemplo: alta gestão, administração, jurídico, financeiro, entre outros.
• Gestão de Recursos Humanos: envolve o recrutamento e seleção, depto. pessoal, gestão de pessoas, treinamentos e desenvolvimento, entre outros.
• Desenvolvimento tecnológico: responsável por trazer inovação tecnológica, otimização, automação, ferramentas, aplicativos, entre outros.
• Aquisição/compras: envolve suprir as necessidades de recursos que a empresa possui para mantê-la operando e produzindo, isto pode envolver a compra de insumos, matéria-prima, busca de fornecedores, negociação, entre outros.

Resumo dos conceitos da Cadeia de Valor

Segue abaixo um resumo da cadeia de valor segundo Porter (1989):

Fonte: Adaptado pelo autor, (PORTER, 1989).

Exemplo Real de Cadeia de Valor do IFSC
Em 02/03/2018 o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) divulgou publicamente uma visão macro da sua Cadeia de Valor através do seu site.

“O trabalho de elaboração da cadeia de valor do IFSC foi tema de apresentação feita no auditório da Reitoria na terça, 27 de fevereiro, para um grupo de servidores de outras instituições públicas e interessados no tema gestão por processos. A cadeia de valor – que no IFSC foi instituída por meio da portaria 08/2018 – é um instrumento da gestão por processos que identifica os principais processos da instituição e os valores que ela entrega aos seus públicos.”

Matéria completa disponível em: https://linkdigital.ifsc.edu.br/2018/03/02/cadeia-de-valor-do-ifsc-e-apresentada-em-reuniao-na-reitoria/

Fonte: Adaptado pelo autor, de IFSC site em 03/01/2018.
https://linkdigital.ifsc.edu.br/2018/03/02/cadeia-de-valor-do-ifsc-e-apresentada-em-reuniao-na-reitoria/

Na imagem, fica visível os macroprocessos da instituição que depois são desdobrados internamente para os processos, subprocessos e atividades de seus colaboradores, para gerar valor aos alunos e a sociedade, tendo como direcionamento a sua missão (propósito) e a sua visão.

10 Recomendações sobre este conteúdo que todo Líder precisa saber:

1. Construir e manter uma cadeia de valor é uma das atividades estratégicas mais essenciais em uma empresa para fornecer uma visão clara sobre a direção ou caminho que ela percorre para entregar valor ao cliente e construir vantagem competitiva em seu mercado.
2. Se você possui uma posição de presidência, dono, direção, gerência é absolutamente fundamental você saber se a empresa que atua possui ou não uma cadeia de valor mapeada. Peça acesso a ela e compreenda seus macroprocessos e processos chave. Caso não tenha, proponha a criação.
3. Se você possui uma posição de supervisão ou coordenação, procure conhecer a cadeia de valor da empresa (verifique se ela existe), e compreenda como as atividades que você e o seu time trabalham se encaixam na cadeia de valor. Quando você se situa dentro do todo organizacional, melhor entende a contribuição que você gera.
4. Identifique o que você está investindo (tempo ou dinheiro), que não agrega valor ao cliente, repense esse investimento.
5. Identifique onde vale a pena investir mais (tempo ou dinheiro), para ter ganhos no mínimo proporcionais ou exponenciais frente aos que você possui hoje.
6. A melhoria de processos é chave para o ganho de eficiência e consequentemente a redução de custos.
7. Tenha métricas sobre seus processos e indicadores que possam confirmar que você está no caminho certo. Só conseguimos fazer um trabalho de gestão integral quando temos informações palpáveis e dados que nos guiem nas decisões da companhia.
8. Ouça seus clientes para compreender o que eles esperam da sua empresa, dos seus produtos e dos seus serviços. Se você não conhecer profundamente os seus clientes atuais e público-alvo, sua cadeia de valor pode não refletir a realidade do seu negócio.
9. Compreenda seus concorrentes e o mercado. Quando você faz isso e ainda por cima ouve seus clientes, você consegue ter mais clareza de quais são efetivamente as suas vantagens competitivas onde atua.
10. Cadeia de valor é um tema profundo e muito mais do que apenas construir uma visão geral dos macroprocessos. Para aprofundar no tema, recomendo o livro “Vantagem Competitiva” de Michael Porter.

Artigo #A043