Influenciação: como mudar as pessoas sem ofendê-las?

Referência dos Princípios recomendados na aula:

  • CARNEGIE, Dale. Como fazer amigos e influenciar pessoas. 52ed. São Paulo: Companhia Nacional, 2012.

Princípio 1: Comece com um elogio

“Comece com um elogio ou uma apreciação sincera.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Para trazer um ponto de consideração no sentido de corrigir ou mudar algum comportamento ou atitude de alguém, inicie com um elogio ou apreciação sincera.

Se você for muito direto ao ponto parecerá rude, insensível, “grosso” e consequentemente despertará resistência à mudança.

Começar por um elogio ajuda a criar ressonância com a pessoa ou o chamado rapport, algo importante para desenvolvimento de um diálogo onde as pessoas estejam realmente conectadas positivamente.

Metaforicamente, um elogio inicial ou uma apreciação honesta funciona como se fosse um anestésico para um momento mais difícil que está por vir em uma conversa.

Princípio 2: Chame atenção indiretamente

“Chame a atenção para os erros das pessoas de maneira indireta.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Ao fazer uma crítica construtiva, mude a palavra “mas” para “e” logo depois de fazer o elogio ou apreciação sincera.

Se você não dizer essa mudança, o que ficará para a pessoa é apenas o aspecto negativo que vem depois da palavra “mas”.

Exemplo:
Ao invés de: “Estou orgulhoso de você Amanda, mas se tivesse estudado mais inglês as notas seriam melhores.”

Diga: “Estou orgulhoso de você Amanda, e se você reforçar no inglês ano que vem essa nota poderá estar tão boa como as outras.”

Princípio 3: Fale sobre os seus erros

“Fale sobre os seus erros antes de criticar os das outras pessoas.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Demonstre vulnerabilidade, demonstre que você não é perfeito, demonstre que você já viveu problemas similares, e demonstre que você conseguiu superar isso e aprender lições importantes para a sua vida.

Quando você fala dos seus erros antes de falar ou criticar o das outras pessoas, coloca-se no mesmo barco da pessoa na qual está conversando e que você quer dar a orientação.

Com essa atitude, as pessoas não ficam tão na defensiva e aceitam os conselhos de melhor do que se você apenas fizer a crítica mantendo um distanciamento emocional.

Lembre-se que a melhor orientação vem de outras pessoas que cometeram erros semelhantes aos nossos e que já tiveram problemas semelhantes aos nossos.

Princípio 4: Faça perguntas

“Faça perguntas ao invés de dar ordens diretas.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Se você possui uma posição de liderança e poder na empresa e dá uma ordem direta, você alimenta uma mentalidade de “faz que estou mandando” ou “nós contra eles” entre os que dão ordens e os que recebem ordens.

Não pode existir a ideia da divisão, de um manda e o outro obedece, de dar ordem e de acatar ordens. Esse não é o caminho.

Ao invés disso, se você fizer uma pergunta ou induzir uma sugestão sobre o pedido, isso torna a outra pessoa um participante no processo de decisão de condução da atividade, podendo despertar interesse suficiente para realizar a tarefa de uma maneira melhor.

Troque, portanto, a ordem direta como:
“Faça isso…”, “Faça aquilo…”, “Não faça isso…”, etc.

Por perguntas abertas como:

  • “Alguém tem uma ideia de como podemos fazer isso de forma a cumprir a data X?”. Neste caso você não ordena a forma, você faz a pergunta, ouve as ideias do time (pode trazer sua ideia também), e combina a ação com o grupo.
  • “Temos como ajustar nossos compromissos pessoais de forma a conseguir estar todos as 9h para a reunião?”. Neste caso você não ordena para todos estarem às 9h. Você tenta conciliar e chegar em um acordo que fique bem para todos. Isso aumentará o engajamento não apenas da participação mas da execução da reunião.

Princípio 5: Não envergonhe as pessoas

“Permita que a pessoa salve o seu próprio prestígio.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Este princípio nos diz para nunca envergonhar as pessoas, não importa a situação.

Não fale mal dos outros, não desrespeite, não humilhe, não faça fofocas e não trate os outros como não gostaria que tratassem você.

A posição que você ocupa na empresa não significa nada quando o assunto é relações humanas.

O autor francês do famoso livro O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry, escreveu:

“Não tenho o direito de dizer ou de fazer qualquer coisa que humilhe o homem diante de si mesmo. O que importa não é o que penso dele, mas o que ele pensa de si mesmo. Ferir a dignidade de um homem é cometer um crime.” (Antoine de Saint-Exupéry)

Princípio 6: Elogie o progresso

“Elogie o menor progresso e elogie todo o progresso; Seja ‘sincero na sua apreciação e pródigo no seu elogio’.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Estimule as pessoas para o sucesso através de elogios quanto a seus resultados, ações, feitos, vitórias, comportamentos e atitudes.

O elogio para as pessoas é como o sol para a natureza, ela precisa disso para sobreviver e crescer.

Quando somos estimulados positivamente através de elogios, nos sentimos mais motivados a seguir em frente.

Não espere terminar a partida para dar o elogio, faça isso a cada ponto marcado.

A valorização, o reconhecimento e o elogio progressivo durante a jornada são a gasolina que as pessoas precisam para manter-se no ponto certo em direção aos resultados.

Princípio 7: Torne visível a reputação dos outros

“Proporcione à outra pessoa uma boa reputação para ela zelar.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Quando interagir com as pessoas, eleve as capacidades que elas possuem em um ponto em que elas sintam-se além do que acreditam ser.

Faça-as acreditar em uma reputação interior positiva e veja elas se transformarem naquelas sementes que você plantou em suas mentes.

Sendo assim, se quiser desempenhar um ótimo papel mudando atitudes e comportamentos das pessoas, proporcione a elas uma boa reputação para elas cuidarem e zelarem.

Ninguém destrói uma reputação, quando tem clareza que a possui.

Princípio 8: Incentive

“Empregue o incentivo. Torne o erro fácil de ser corrigido.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Dizer para uma pessoa que ela é péssima em alguma atividade ou alguma coisa é uma forma de desencorajá-la, de fazê-la internalizar esse sentimento ruim e até mesmo optar por desistir.

Em vez de fazer isso, diga para a pessoa que ela só precisa de prática para melhorar, que gradualmente o resultado virá se ela se dedicar e praticar.

Erros são oportunidades que todos temos para melhorar e devem ser vistos como possibilidades de correções de rota.

Precisamos aprender com os nossos erros e não repeti-los, apenas isso.

Não aumente o tamanho dos problemas e faça o erro parecer algo fácil de se corrigir.

Encoraje as pessoas a perseverar e as incentive a seguir em frente.

Princípio 9: Faça a pessoa sentir-se feliz

“Faça a outra pessoa sentir-se feliz realizando aquilo que você sugere.” (CARNEGIE, 2012, p.261)

Nunca peça a alguém algo que você mesmo não faria e, quando pedir, faça-o de forma positiva para a outra pessoa.

Formule seu pedido de uma forma que a outra pessoa entenda seu pedido como algo benéfico para ela, que a motive a querer fazer aquilo que é solicitado.

Explicar o porquê do seu pedido, e as razões no qual você escolheu determinada pessoa para fazer a atividade, sempre colocando isso de forma positiva para a pessoa, é uma boa forma do outro se sentir bem ao realizá-la.

Sobre o Autor

Instagram: @whillianbrose

Diretor Executivo de Serviços na Senior Sistemas
Professor de Liderança e Desenvolvimento Humano
Executivo a +20 anos em empresas do Brasil e exterior
+1800 alunos formados nos últimos anos
+800 minutos de depoimentos e histórias de transformações realizadas.

MINI-BIO ACADÊMICA:

  • Doutorando Profissional em Gestão e Negócios na UNISINOS/RS.
  • Mestre Profissional em Gestão e Negócios na UNISINOS/RS.
  • Mestre em Administration des Entreprises na Université de Poitiers/FRANÇA.
  • Especialista em Ciência de Dados pelo Mackenzie/SP.
  • MBA em Psicologia Empresarial pela AMF/RS.
  • MBA em Gestão de Empresas de Base Tecnológica pela UNISINOS/RS.
  • Bacharel em Ciência da Computação pela ULBRA/RS.
  • Bacharelando em  Filosofia pela UNINTER/PR.

Artigo #A221